A ipecacuanha (Cephaelis ipecacuanha) é um arbusto pertencente à família das Rubiáceas, sendo também conhecida como ipeca, poaia e raiz do Brasil. A denominação ipecacuanha significa “planta de doente de estrada” e a planta é originária de regiões úmidas, principalmente das florestas tropicais da América, com destaque para o Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.
Esta planta pode ser considerada como a mais célebre das drogas brasileiras difundidas no século XVII. A raiz da ipecacuanha já era usada pelos índios tupis no Brasil e foi conhecida pelos jesuítas no século XVI. Atualmente, a planta cresce no extremo Oriente e é o ingrediente principal de diversos remédios contra tosse.
Propriedades medicinais e benefícios
A ipeca contém uma substância denominada emetina, que é bastante empregada nos remédios para disenterias amiabianas. Trata-se de um potente emético que apresenta, como efeito colateral, a estimulação da secreção de muco nos pulmões e provoca vômitos, sendo importante para a limpeza do aparelho digestivo em casos de envenenamento.
As propriedades medicinais da ipecacuanha incluem a sua ação emética, expectorante e amebicida. Esta planta é utilizada para esvaziar o estômago em casos de intoxicação, quando a realização da lavagem gástrica não é possível.
Na maioria dos casos, a parte utilizada da ipeca é a sua raiz, que é colhida e posteriormente secada para ser empregada na indústria farmacêutica. As raízes da planta podem atingir cerca de 20 a 40 cm de comprimento e podem ser úteis no tratamento antidiarreico, expectorante e anti-inflamatório.
A ipecacuanha proporciona benefícios no tratamento de várias doenças, com destaque para aquelas do aparelho respiratório. Ainda pode ser usada para amebíases, baixar febres, prevenir a formação de cistos, aliviar tosses agudas e coqueluche.
Como utilizar a ipecacuanha?
A ipecacuanha pode ser utilizada nas formas de xarope e de chá.
Xarope: O xarope de ipeca é formado por rizomas de duas espécies distintas e contém substâncias como emetina, psicotrina e outras isoquinolinas. Ele provoca o vômito no tratamento dos indivíduos que ingeriram veneno. A indicação de uso é tomar uma colher (15 ml) e, se não vomitar, a pessoa deve submeter-se a uma lavagem gástrica.
Chá: Para preparar o chá, coloque duas colheres de sopa da erva em um litro de água. Deixe cozinhar por aproximadamente 10 minutos a partir do momento em que se inicia a ebulição. Após esse período, retire do fogo e deixe repousando, com o recipiente tampado, por 10 minutos. Coe e beba.
Precauções
Não ultrapassar as doses terapêuticas recomendadas, pois a planta se torna tóxica. Lembre-se de consultar um especialista antes de iniciar qualquer tratamento!