Publicado por Natália Petrin

De nome científico Papaver somniferum, a papoula é usada na culinária há muito tempo pelos povos gregos e romanos, ainda sendo consumida em regiões do Mediterrâneo. A planta era muito utilizada na Grécia Antiga pelos médicos e associada ao sono. Também na mitologia carrega este sentido, sendo relacionada às divindades como Morfeu, deus dos sonhos, que é representado com os frutos da papoula nas mãos, e a deusa grega Nix, que representa a noite. Em sua imagem, a deusa está coroada com papoulas.

Papoula

Foto: Reprodução

As sementes de papoula

As sementes dão origem ao ópio, e eram adicionadas ao vinho e oferecidas àqueles que morreriam na cruz durante o Império Romano. O fruto proveniente da planta é fonte de produção da heroína, codeína e morfina. Atualmente, as sementes são usadas para dar sabor a molhos de salada e pratos assados.

Propriedades e benefícios

Ricas em ferro, fósforo, fibras, tiamina, riboflavina e vitamina B, as sementes de papoula podem ser usadas para, além de dar sabor aos molhos, tratar diarreia, queimaduras, sangramentos no nariz, dores de dente e também como afrodisíaco natural. As sementes também reduzem a absorção de cálcio, sendo uma forma de prevenção contra as pedras no rim.

Os efeitos do consumo da papoula

Quando consumida, a papoula pode trazer efeitos colaterais como sonolência por conter alcaloides de ação sedativa. A planta é considerada tóxica e pode causar dependência quando usada por longos períodos continuamente, devido à presença de morfina. Da papoula é feito o ópio, que se disseminou na Europa há muitos anos, e foi combatido quando a Igreja controlava os medicamentos. Paracelso, médico e alquimista neste mesmo período, criou o láudano, um suco concentrado de papoula responsável por curar muitas doenças e agir como rejuvenescedor. Com o tempo, as rotas comerciais se espalharam, consequentemente levando o ópio para outros lugares do mundo. Em 1803, seu uso passou a ser controlado por meio de um isolamento dos elementos narcóticos do ópio, realizado por um cientista alemão. Neste processo foi criada a morfina, usada até hoje em casos de dores extremas.

Recomendações e preparo

A papoula é recomendada na forma de infusão para combater sintomas de estresse e ansiedade. É também indicada para tosses de coqueluche, asma e bronquites, principalmente para pessoas com as vias aéreas inflamadas. Além disso, quando preparada na forma de infusão, pode ser usada para alívio de dores de dente devido ao efeito analgésico das pétalas.

Para preparar a infusão, use uma xícara de água para cada seis ou oito pétalas. O consumo indicado é de até três xícaras por dia. Na forma de salada, as pétalas devem ser colhidas durante a primavera no período da manhã. Basta que sejam bem lavadas e consumidas cruas.

O xarope de papoula deve ser preparado com a infusão de 10g de pétalas secas para cada 170 ml de água. Deixe em infusão por cinco minutos, em seguida coe e adicione 340g de açúcar mascavo. Dessa forma, recomenda-se o consumo de duas a quatro colheres de sobremesa antes de dormir.